Quem sou eu

Minha foto
Somos acadêmicos do Curso de Letras e suas Literaturas da Universidade do Estado da Bahia, Uneb, Campus XVI, Irecê, Bahia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

QUESTÃO PARA REFLEXÃO

Por uma questão de avaliação daquilo que conseguimos estudar até então, estamos provocando os sujeitos participantes da disciplina Prática Pedagógica IV, do campus da UNEB de Irecê-Bahia e interagentes desse blog a pensar a partir de anotações realizadas por um grupo de estágio de São Paulo. Tais anotações são muito atuais e servem para pensarmos contextos mais específicos. Por isso, como um ponto de partida para nosso encontro do "Vale a pena ver de novo", vai ser preciso tentar responder essa questão. Que tal começarmos agora?


Questão para reflexão

O relato a seguir, que faz parte do diário de campo de uma das autoras deste livro, foi escrito em 2003 durante seu estágio obrigatório no curso de licenciatura. Trata-se do registro de aulas de Língua Portuguesa ministradas, em sequência, por uma professora para a mesma turma. A estagiária, em suas anotações, registrou um esclarecimento da professora, que afirmou que a atividade proposta seria introduzida no meio de uma série de seminários sobre poesia.

4 de novembro
Ao término da apresentação do segundo grupo, a professora indagou:

Professora:
Pessoal, o que é dissertação?

Aluna:
É expor as suas opiniões.

Professora:
Isso! Vocês sabem qual é a função do professor? É formar cidadãos críticos, capazes de defender sua própria opinião. E a dissertação é para isso. Vou dar um tema polêmico. (A classe reclama).

Professora:
Namoro! (Todos gostam).

Naquele momento, a professora leu alguns relatos sobre namoro e explicou o que é “ficar” hoje em dia. Pediu para os alunos debaterem o tema oralmente (todos participavam bastante e ela direcionava a conversa, expressando também suas opiniões pessoais). Após o debate, pediu que se organizassem em duplas e falassem mais sobre o que foi discutido. As tarefas, após a conversa em grupo, foram: a) escrever um parágrafo de duas ou três linhas dissertando sobre o assunto; e b) fazer pesquisa em casa sobre as opiniões dos pais em relação a namorar ou “ficar”. A pesquisa deveria ser antecedida da elaboração de um questionário por escrito. Tanto o questionamento quanto a entrevista deveriam ser feitos por escrito e entregues na aula seguinte.

5 de novembro
A professora recolheu a pesquisa solicitada na aula anterior. Logo depois, pediu para os grupos continuarem os seminários. Perguntei-lhe, no final da aula, qual seria a continuação das atividades, em relação à escrita. Ela respondeu: “Eu só vou recolher e dar ponto; infelizmente não dá pra continuar porque eles precisam terminar os seminários; as aulas já acabam no dia 24”.

Trecho do livro Ensino de língua portuguesa, de Claudia Riolfi, Andreza Rocha, Marco A. Canadas, Marinalva Barbosa, Milena Magalhães e Rosana Ramos; Coleção Ideias em Ação, São Paulo: Thomson Learning, 2008, p. 193-195.

Considerando essas observações feitas pela estagiária e mais as leituras dos textos da disciplina Prática Pedagógica IV, comente acerca da prática desenvolvida pela professora, argumentando se houve momentos de interatividade e/ou ludicidade e colaborando para responder o questionamento da autora dos registros: como você daria sequência à prática de modo a alcançar/ ou manter o potencial interativo e lúdico?

Critérios de avaliação:

a)      Coerência com a pergunta proposta (se há uma adequação ao tema);
b)     Uso dos textos lidos em sala com apropriação (se há acúmulo de citações ou correspondência entre o(s) fragmento(s) escolhido(s) e a argumentação desenvolvida pelo/a estudante);
c)      Coesão do texto (construção de enunciados, ligação dos termos e dos parágrafos, sequência lógica dos argumentos);
d)   Normas da ABNT (organização de acordo com as normas da ABNT).




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

LUDICIDADE / INTERATIVIDADE

DEITADA EM MEU SOFÁ
O CORPO A DESFALECER,
ALGUÉM TOCOU A CAMPAINHA
ABRIR A PORTA E FUI  VÊ,
NÃO ERA NADA IMPORTANTE
ERA ALGUÉM INVISÍVEL,
TENTANDO ME ABORRECER.

ENTÃO EU PENSEI COMIGO
VOU CUMPRIR O PROMETIDO
PRA AULA DO PROFESSOR "TICO",
FOI PENSANDO NISTO
QUE COMECEI A ESCREVER,
E ENTRE UMA DIPIRONA E OUTRA
RABISQUEI ESSES VERSOS,
PRA   VOCÊS.

A AULA ERA GEOGRAFIA
ALI ME ACONCHEGUEI,
CONFESSO NÃO GOSTAR
MAS COM ESSA ME ENCANTEI,
À PORTA DO POLIVALENTE
MAIS UMA VEZ ADENTREI,
OBSERVEI ALGO NESSA AULA
CONFESSO ME APAIXONEI,
A NOVIDADE DA MESMA
MOMENTOS LÚDICOS PROVEI.

QUE TARDE MARAVILHOSA
EM BOA HORA EU CHEGUEI,
E NA RODA DO PRIMEIRO ANO
FIQUEI LOGO E ME SENTEI,
A INTERATIVIDADE, NAQUELE MOMENTO NOTEI;
OS SEMINÁRIOS APRESENTADOS
FIQUEI LOGO FOI FREGUÊS,
O QUE CHAMOU ATENÇÃO
NAQUELE MOMENTO,
EU JÁ SEI;
ELES TROXERAM OS ASSUNTOS,
PRAS COISAS DO NOSSO MEIO.

O CONTEÚDO APRESENTADO
VEIO PARAR EM IRECÊ,
ATÉ DOS ESTADOS UNIDOS
 DO DESERTO DO SAARA;
FEZ LAPÃO APARECER.
E AS QUESTÕES DO DIA-A-DIA
NOS FEZ A HORA ESCONDER,
A AULA PASSOU DEPRESSA
QUE CONFESSO NEM NOTEI.

FUI EMBORA SATISFEITA
PERGUNTEI A PRÓ POR QUÊ?
ELA DISSE É A FORMAÇÃO
QUE MUDA O JEITO DE SER,
A AULA FICA GOSTOSA
E FAZ O ALUNO APRENDER.

E AGORA ME DISPERSO
MOSTRANDO PARA VOCÊS,
QUE ASSIM COMO AGENTE AQUI,
POR AÍ FORA, PODEMOS VÊ
MOMENTOS DE LUDICIDADE,
INTERATIVIDADE E PRAZER;
QUANDO SE REFERE À EDUCAÇÃO
ISSO NOS FAZ SURPREENDER.

 MARIA  C. ALECRIM, GRADUANDA EM LETRAS, (UNEB) .ESTES VERSOS EU FIZ, SOBRE  UMA OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA, NO POLIVALENTE. TIVE O IMENSO PRAZER DE SOCIALIZAR COM MINHA TURMA, E, COM O PROFESSOR (FELIPPE SERPA-TICO),TAMBÉM COM OS PROFESSORES DA ( P. FORMA FREIRE, UNEB, INCLUSIVE A PROFESSORA NOÊMIA, QUE ME RECEBEU GETILMENTE NA SUA AULA DE ( GEOGRAFIA).




A respeito da exoneração de pessoas importantes da direc 21 Eduão diz:

Nosso repúdio a este ato às escuras, infundado e puramente partidário
do Governo do Estado, mais uma vez mostrando sua falta de
responsabilidade com o trabalho executado em um órgão público da
Educação, sem buscar informações acerca da comunidade, de forma
ditatorial e sem consulta ao quadro de funcionários deste Órgão. É uma
pena que, assim como acontecia com seus "inimigos" políticos, e o
pior, de forma grosseira, sem aviso prévio e sem respeitar os próprios
parceiros políticos, trata o ser humano que ergueu e deu sustento a
projetos importantes, corta na própria carne seu fígado,
desrespeitando sua história e seus fiéis "soldados". Primeiro, essa
loucura das mudanças no Planserv. Agora, esta exonerações
"partidárias" que, juntadas à da Diretoria do DETRAN (em condições
semelhantes) nos deixa estarrecidos e amedrontados com o tipo de
carioca, forasteiro, que nos aparece na Bahia. Com toda certeza, e eu
imaginei que jamais iria dizer isso em minha vida, ACM parecia
respeitar pelo menos seus parceiros.


Junto-me minhas palavras ao texto de Fernanda e Carlos Ney, para falar
o quanto estamos indignados com essa falta de envolvimento e com esta
falta de coerência política tomadas em nosso Território de Irecê.
Professores, repudiem estas atitudes! Afinal, não são os professores
que se acham "mediadores" do conhecimento? Ensinar a quem ser cidadãos
e lutar por seus direitos, se nossa classe, toda cheia de "falsos
eruditismos" não consegue se revoltar vendo tantas mazelas. Coisas
como uma certificação que, a partir de uma prova escrita diz se eu
devo receber 15 % a mais ou não, como se a prática, na sala de aula
não contasse nada. O exercício do poder é um exercício de guerra. "Não
ataque a um exército que está voltando pra casa", diz Su Tzu na "Arte
da Guerra". Nós já estamos em casa e sendo atacados. Reajamos!


Moacir Eduão


Moacir Eduão - Coordenador
Ponto de Leitura Solar da Boa Vista Castro Alves
Projeto de Leitura Um Ponto em Cada Pontowww.solardaboavistacastroalves.blogspot.com
Rua Castro Alves, 45A - Boa Vista - Irecê-BA
(74) 9998-7919 / 3641-6093 CEP 44900-000
Membro fundador da Academia de Letras de Irecê

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Modernidade Líquida




Amores líquidos x Amores sólidos

      O desenvolvimento rápido e não sustentável em vivemos  promove as leis do mercado, onde elas se atrevem a tudo e todos, inclusive se apoderando dos sentimentos, inundando as relações pessoais e amorosas. Como todo relacionamento é relativo, pois tudo depende de tudo, das circunstâncias, do ambiente cultural, financeiro, social, profissional e etc., percebe-se que a sociedade está incorporando a liquidez ($) amorosa com mais abertura do que imaginamos.
      Evidentemente que a era do amor platônico, do amor sem toque, sem cheiro, já se vai longe, graças a essa transformação cultural da sociedade. As contribuições dessas transformações acentuaram ainda mais a liquidez ($) amorosa e arremessou o homem moderno no mercado de consumo criando relações sem vínculos, muito embora conectado. Essa liquidez exacerbada minou conceitos, preceitos, convenções sociais há muito enraizadas e consideradas o porto-seguro dos relacionamentos. Entretanto, todas as convenções e conceitos conhecidos sobre o que seja o amor podem ser considerados como sólidos? Há garantia expressa de amor eterno, que dure “para sempre” ou “até que a morte os separe” baseados em leis jurídicas? Procedimentos legais, formalidades, convenções sociais são vulneráveis às leis do amor. Não serão elas nem a duração do relacionamento no tempo que o solidificam, há de se considerar a intensidade e a capacidade de entrega total ao ser amado e no exato momento em que acontece.
      Há os que defendem um amor baseado nas leis regidas pelo coração, não se submetendo a convenções ou formalidades legais, outros ainda, não abrem mão dos rituais religiosos e legais por acreditarem que tais procedimentos solidificam o amor.
      Amor sem vínculos legais, ou mesmo o Amor Líquido, ditado pelo mercado de consumo, vem modificando o conceito de Amor Sólido, baseado em formalidades e leis com a idealização de que o relacionamento será “eterno” ou “para sempre” só porque está firmado em documento ou porque a igreja assim o determina.

Para vocês há regras ou convenções para ser feliz?    

A mídia e o mercado de consumo são os responsáveis pelo descompromisso vivido nas relações amorosas ou só exploram algo que já está latente no seio da sociedade moderna?


Pessoas que compreendem algo em toda a sua
profundeza raramente lhe permanecem fiéis
para sempre. Elas justamente levaram luz à
profundeza: então há muita coisa ruim para ver.
(NIETZSCHE, 2000, p. 266).
 
LIVRO:

Amor  Líquido
Sobre a fragilidade dos laços humanos

SINOPSE:

     A modernidade líquida – um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível – em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido. Zygmunt Bauman, um dos mais originais e perspicazes sociólogos em atividade, investiga nesse livro de que forma nossas relações tornam-se cada vez mais "flexíveis", gerando níveis de insegurança sempre maiores. A prioridade a relacionamentos em “redes”, as quais podem ser tecidas ou desmanchadas com igual facilidade – e frequentemente sem que isso envolva nenhum contato além do virtual –, faz com que não saibamos mais manter laços a longo prazo. Mais que uma mera e triste constatação, esse livro é um alerta: não apenas as relações amorosas e os vínculos familiares são afetados, mas também a nossa capacidade de tratar um estranho com humanidade é prejudicada. Como exemplo, o autor examina a crise na atual política imigratória de diversos países da União Européia e a forma como a sociedade tende a creditar seus medos, sempre crescentes, a estrangeiros e refugiados. Com sua usual percepção fina e apurada, Bauman busca esclarecer, registrar e apreender de que forma o homem sem vínculos — figura central dos tempos modernos — se conecta.
     Dentro de um contexto escolar é interessante, o professor formador, refletir sobre essas novas relações da modernidade e também abrir novas discussões que nos proporcionarão novas visões sobre o mundo e sobre os nascidos digitais que “enfrentaremos” em sala de aula.  

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Brincadeira X Ludicidade

Produzir um texto não é fácil, fazê-lo em mosaico é mais difícil ainda. A atividade proposta pelo professor Felippe Serpa, na aula de PP-IV, ”Texto Sanfonado”, a princípio transmitiu essa impressão, “não vai sair nada que preste, idéias soltas”. Já descrita neste blog no post “Dinâmica: Texto Sanfonado”, a atividade que tinha como objetivo propiciar à turma uma experiência lúdica, surpreendeu quando apresentados os resultados. Os textos produzidos tinham coerência, a atividade que inicialmente poderia ser vista apenas como brincadeira, levou-nos a interagir com o outro, a viver aquela experiência de maneira plena. Considerando Luckesi  que define a “atividade lúdica como aquela que propicia a ‘plenitude da experiência' ”, pode-se responder à inquietação deixada pelo professor em sala, que essa “história” de ludicidade, onde o sujeito se entrega e participa por inteiro, e que “enquanto estamos participando verdadeiramente de uma atividade lúdica, não há lugar, na nossa experiência, para qualquer outra coisa além dessa própria atividade, internaliza o conhecimento, fazendo dele parte integrante em nossas vidas. Obrigada pela aula professor.
Adriana Maria de Souza Novais